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Proteção de Dados na Infância: 1/3 das Crianças e Adolescentes Tem Perfis Abertos nas Redes Sociais


Imagem gerada por IA, ilustrando crianças utilizando as suas redes sociais em dispositivos móveis
Imagem gerada por IA, ilustrando crianças utilizando as suas redes sociais em dispositivos móveis

O crescimento da presença digital de crianças e adolescentes no Brasil traz desafios significativos para a segurança digital, proteção de dados pessoais e privacidade online. Uma pesquisa exclusiva conduzida pela Unico, em parceria com o Instituto Locomotiva, revelou que 75% das crianças e adolescentes brasileiros possuem perfis ativos nas redes sociais. O dado mais alarmante, no entanto, é que 1/3 desses perfis estão totalmente abertos, expondo fotos e informações pessoais a qualquer pessoa.


Essa realidade representa um risco direto para a segurança desses jovens, facilitando golpes cibernéticos, cyberbullying, roubo de identidade, engenharia social e até mesmo exploração infantil. Além disso, muitos pais acreditam que sabem como proteger seus filhos na internet, mas 73% desconhecem práticas básicas de segurança digital que podem levar a vazamento de dados e ataques cibernéticos.




Pais Acreditam Estar Preparados, Mas Falham na Prática



De acordo com o levantamento, 89% dos pais afirmam estar preparados para prevenir riscos e 86% acreditam que educam seus filhos sobre proteção de dados. No entanto, as estatísticas mostram uma realidade diferente:


  • 47% das crianças e adolescentes aceitam qualquer pessoa como seguidor, interagindo com desconhecidos.


  • 61% compartilham informações sensíveis, como fotos pessoais, localização e dados de familiares.


  • 40% já postaram fotos em locais que frequentam diariamente.


  • 33% publicaram imagens com uniforme escolar, facilitando a identificação da instituição de ensino.


  • 92% dos pais compartilham fotos e informações de seus filhos sem avaliar os riscos de exposição digital.


  • 46% deixam transparecer, ainda que sem intenção, onde seus filhos estudam.




Imagem criada por IA, ilustrando uma mãe educando a sua filha
Imagem criada por IA, ilustrando uma mãe educando a sua filha

Segundo Diana Troper, Data Protection Officer (DPO) da Unico, a situação é preocupante:

“A exposição excessiva nas redes sociais pode criar um verdadeiro mapa de vulnerabilidades, explorado por fraudadores e pessoas mal-intencionadas. Embora a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabeleça que perfis abertos não podem ser explorados sem base legal, sabemos que criminosos conseguem burlar essas regras e utilizar informações pessoais de crianças e adolescentes para diversos fins ilícitos.”


A Falta de Conhecimento Facilita o Vazamento de Dados



Outro dado preocupante da pesquisa indica que 73% dos pais desconhecem os riscos de ações comuns que podem comprometer a segurança digital. Entre as práticas mais perigosas estão:


Clicar em links suspeitos sem verificar a origem.


Usar redes Wi-Fi públicas sem proteção adequada.


Reutilizar senhas em várias plataformas.


Baixar aplicativos de fontes desconhecidas, aumentando o risco de malware e spyware.


Não atualizar softwares regularmente, deixando dispositivos vulneráveis a ataques.


Utilizar informações de cartões de crédito físicos online, sem gerar cartões virtuais temporários.


Descartar documentos pessoais sem destruição adequada, possibilitando o roubo de identidade.


Além disso, 59% dos pais acreditam que seus filhos já compartilharam informações sensíveis online ou por meio de aplicativos de mensagens. Isso destaca a necessidade urgente de educação digital, conscientização sobre privacidade online e uso seguro da tecnologia.




Os Perigos da Exposição Digital Infantil


O descuido com a privacidade de crianças e adolescentes pode resultar em consequências graves, incluindo:


🔴 Golpes financeiros: Criminosos utilizam imagens e dados de menores para criar falsas campanhas de arrecadação, enganando pessoas que acreditam estar ajudando uma causa legítima.


🔴 Roubo de identidade: Informações compartilhadas publicamente podem ser usadas para criar perfis falsos e cometer fraudes.


🔴 Cyberbullying e assédio online: Crianças expostas podem ser alvo de ataques psicológicos e perseguição virtual.


🔴 Exploração infantil: Pessoas mal-intencionadas utilizam fotos e dados para finalidades criminosas.


🔴 Engenharia social: Com acesso a informações pessoais, golpistas conseguem manipular crianças para obter mais dados ou até convencê-las a realizar ações perigosas.




Para Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, o ambiente digital deve ser um espaço seguro para o crescimento e aprendizado das novas gerações:

“A exposição excessiva e a falta de supervisão colocam crianças e adolescentes em situações de risco que afetam toda a família. Proteger não significa proibir, mas sim garantir que essa geração – e seus pais – saibam navegar na internet de forma segura, transformando o digital em uma ferramenta de crescimento, e não de vulnerabilidade.”


Medidas Para Garantir a Segurança Digital Infantil


Diante desse cenário, pais e responsáveis podem adotar estratégias simples, mas eficazes, para proteger seus filhos no ambiente digital.


🔹 Configurar perfis como privados: Ajustar as configurações para que apenas conhecidos tenham acesso às informações.


🔹 Supervisionar interações online: Monitorar seguidores e limitar contatos apenas a pessoas de confiança.


🔹 Reduzir a exposição digital: Evitar o compartilhamento de informações que possam facilitar a localização da criança.


🔹 Educação digital desde cedo: Ensinar as crianças sobre os perigos de compartilhar dados pessoais.


🔹 Utilizar ferramentas de controle parental: Aplicativos de monitoramento ajudam a restringir conteúdos inadequados.


🔹 Criar senhas seguras e não reutilizá-las: Utilizar autenticação de dois fatores para reforçar a segurança.


🔹 Ficar atento a tentativas de phishing e fraudes: Nunca clicar em links suspeitos ou compartilhar dados sem verificar a autenticidade.


A pesquisa da Unico e Instituto Locomotiva evidencia um problema crescente na sociedade digital: a falta de proteção de dados de crianças e adolescentes nas redes sociais. Embora a LGPD e outras regulamentações internacionais, como o GDPR, estabeleçam diretrizes para a privacidade online, a realidade mostra que muitos pais e responsáveis ainda não adotam práticas básicas para garantir a segurança digital dos filhos.


Promover conscientização digital, incentivar o uso responsável da tecnologia e reforçar a proteção de dados pessoais são passos fundamentais para garantir que as novas gerações cresçam em um ambiente digital mais seguro.




 
 
 

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